sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Morreu o ex-atleta Nelson Prudêncio

Nelson Prudêncio
Ex-atleta de salto triplo e professor
por Felipe Alva
Nelson Prudêncio, medalha de prata no salto triplo em 1968, no México, morreu aos 68 anos na madrugada do dia 23 de novembro de 2012, em decorrência de um câncer no pulmão, na cidade de São Carlos, interior de São Paulo. 
Natural de Lins, no Estado de São Paulo, nasceu no dia 4 de abril de 1944. Nelson Prudêncio foi professor e doutor em educação física na Universidade Federal de São Carlos-SP (UFSCar). Além de ministrar aulas, o ex-medalhista também foi vice-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo.
Deixou dois filhos (Christiana Andréa Vianna Prudêncio e Márcio Purdêncio) e a mulher, Maria Lúcia Saldanha Vianna Prudêncio.

A carreira
Na década de 60, conciliar os estudos com alguma atividade esportiva era um fato muito raro. Mais raro ainda era um atleta negro conseguir cursar o ensino superior. Mas Nelson Prudêncio, filho de Romualdo e Verônica, conseguiu fazer tudo isso. Entre os bancos escolares e as pistas de salto triplo, um dos maiores atletas negros do Brasil participou da sua primeira competição de atletismo em 1964. Com as atenções divididas entre o trabalho e os estudos fizeram com que Nelson treinasse apenas duas vezes por semana. Mesmo com o pouco tempo de treinamento, o atleta atingia marcas cada vez melhores.
O primeiro grande resultado internacional da carreira do saltador aconteceu no Pan-Americano de 1967, em Winnipeg no Canadá – Nelson saltou 16m45. No ano seguinte, o trilplista foi aos Jogos Olímpicos da Cidade do México com o objetivo de quebrar o recorde sul americano de 16m56, que pertencia a Adhemar Ferreira da Silva. Uma medalha seria um sonho.
E logo na primeira eliminatória o sonho parecia ficar mais distante. O italiano Giuseppe Gentile saltou 17m10, sete centímetros acima do recorde mundial. Nas finais, realizada no dia seguinte, o italiano deu show outra vez, chegando aos 17m22. Quando tudo indicava que a medalha de ouro iria para a Itália, o soviético Viktor Saneyev ultrapassou a marca em apenas um centímetro.
O salto impressionante do atleta russo jogou Nelson Prudêncio para a quarta colocação. Para conquistar uma medalha, o brasileiro precisava superar o seu primeiro salto, de 17m05. A essa altura, ele já havia quebrado o recorde sul americano, mas ele conseguiu fazer 17m22, quebrar o recorde mundial e assumir a primeira colocação. No salto seguinte, o russo fez 17m49, conquistando o ouro. Nada que apagasse o brilho prateado do jovem atleta da cidade de Lins.
Logo após a medalha de prata no México, Nelson Prudêncio decidiu se dedicar de vez à faculdade de Educação física. Foi convidado para estudar nos Estados Unidos e acabou deixando muitas competições de lado. Mesmo assim foi medalha de prata no Pan de 1971, realizado na Colômbia.
A convocação para a Olimpíada de 1972, em Munique, aconteceu mais pelo que ele havia feito quatro anos antes. Mas, outra vez, Nelson surpreendeu e arrematou bronze. Antes de encerrar a carreira, o saltador ainda participou dos Jogos Olímpicos de 1976.

Fonte: Uol

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